segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Com amor

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Não sei por onde começar. A vida me seduziu aos poucos, foi se chegando devagar, não consigo lembrar o momento exato que me ganhou, que me conseguiu, que me entreguei... No fim, sabia apenas que estávamos juntas mais do que nunca, enfim uma só: a vida e eu, eu e a vida, nós duas.

Me interesso por tardes, e noites, e manhãs, até madrugadas... Por pessoas, risos e olhares, uma coisa única. Nomes e lembranças agora me vêm à memória mais frequentes do que nunca. Quase nem durmo mais. Perdi a necessidade dessas necessidades tolas.
Viver.
A música continua ao fundo. Ainda não superei a sensação de constante vigília... Agora juntou-se comigo personagem, atriz, observada, qualquer coisa assim. Apenas vírgulas, não há mais necessidade de tantas quebras e interrupções...
Vivo.
"Doce", observo. Paro e olho, o céu azul, às vezes rosa, às vezes dourado, às vezes amargo... Sempre belo, nesses dias está assim. Saio de casa sem rumo, andando pelas ruas dessa cidade, volto atrás, penso em te ligar, nem sei mais... Não faz mais tanta diferença. A vida me seduziu e agora eu sou dela. Nada vulgar, não, nada desse tipo... Apenas amo e enxergo doce.
Sonhos são mais sonháveis agora. Amores, mais amáveis, e ilusões, mais frequentes. Acredito na fantasia, tomou parte da minha vida também: a vida, eu, a fantasia, não sei mais onde se juntam e onde se separam. Até que enfim.

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

...

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Desce rasgando

Como um banho de água fria num dia gelado
Pra onde se foi
Toda aquela certeza de tudo?

As palavras escritas continuam saindo
Não sei da onde vem a coragem
Preferia não tê-la
Ou não saber existir

É natal
E a felicidade nem existe mais.

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Além

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E essa angústia, que não passa?

A dor no peito que não morre
O grito que não cala...

E essas palavras que não fazem sentido?
Constroem ecos infinitos dentro da minha cabeça
Disseram que tem cura
Um dia, quemsabe&talvez, vais esquecer

Nesse deserto
Perdida
Talvez um dia eu me ache
Ou me achem, tanto-faz.

Por enquanto, espero o que não passa
Passar
Os dias que não chegam
Chegarem
E a vontade que vem,
Sumir.

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Ferida

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Então ela cuspiu as palavras:

- Sim, eu fiz merda.

Acabei com tudo, não pensei, apenas fiz e pronto. O que é? Não venha com esse papinho cult para cima de mim, porque oh, como você é infantil, apenas uma criança, nunca nem leu Saramago. É mesmo, meu bem? E você sempre com essas conversinhas, pagando de inteligente e conquistando meninas (burras), só pra daqui a 5 anos descobrir que é gay, porque és um bom intelectual da nata criativa e só podia acabar assim, mon amour. Não, não tô feliz não, não saio por aí esbanjando alegria, não, querida. Sim? Ah, você então é anormal, nunca levou um pé na bunda? É mesmo, coitada, onde você acha que Chico e Caio aprenderam tudo? Ah, não, desculpa, você não sabe o que é isso, sou sincera, qual é a cor da minha unha? É Noite Quente, meu bem, éééé, sou ousada, não combina comigo? Não tou histérica, não, só tô falando a verdade, querido, já se desacostumou? Mas não era teu o papo de não mente que é feio, garota, você sempre dizia, não fala palavrão, não é bonito. Ai, e ainda tenho coragem de dizer que não aprendi nada contigo? Que ingrata que eu sou. Não, obrigada.
Se sinto falta? Claro, por que não?, não vou mentir, é bom ter alguém pra puxar o cabelo, bater e falar besteira, e nem olhando em volta eu consigo esconder esse vazio que teima em não sair daqui de dentro. Mas desde sempre foi assim, não é? Sempre o vazio, a sensação de ninguém-me-quer, nada de novo. Não se superestime não, meu amor, você não criou isso, apenas piorou, mas nada que um porre não resolva.
Agora a gente finge, e para de me tratar como uma doente que eu não gosto dessas coisas. Deixe-me então repetir os meus clichês, combinado? Não quero ser julgada:

- Sim, - eu cuspo - fiz merda.

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Escrivaninha Azul

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Para falar do deserto, ela queria alguém. O café esfriava em cima da escrivaninha azul - fora difícil encontrar uma que lhe agradasse: sempre foi mais complicada em relação a gostos, perfeccionista desde criança. Lembrava como havia achado aquela maravilha, foi como a chamou, "maravilha", num brechó lá perto de Santa Teresa, ô bairrozinho aconchegante.

Vai levar?, perguntara o homem do caixa, sorrindo divertido por trás dos óculos pretos. Tinha um ar de riso diferente, sorria charmoso, mas não com a boca - e isso era o mais interessante -, porém com os olhos.
A escrivaninha azul, vais levar?, indagou ele, um pouco mais alto, enquanto ela se virava surpresa - tinha mais alguém ali? Ora, nem percebera, era engraçadíssimo como podia passar tempos e tempos entretida consigo, afinal, era tanta coisa para pensar.

- Vou, vou, acho que sim. Me apaixonei por esta escrivaninha, e azul? Quantas ideias não vou ter, sentada com ela na madrugada, e o cheiro de madeira velha tornando tudo mais... Desculpe, o que você perguntou? Ah, sim: vou levar.
- Acontece às vezes quando você desacostumou a ter alguém pra conversar. - Ele falou, aquele sorriso enigmático outra vez.
- Desculpe? Não entendi o que você disse.
- Eu disse que pensar alto acontece às vezes quando você se desacostumou a ter alguém para conversar.
Ela parou por um segundo. O quê?
- E como você saberia disso? - Perguntou.
Ele sorriu, sincero, desta vez com os lábios:
- Sua expressão confusa quando pensa antes de falar. Conheço bem, cultivei-a por um bom tempo.

Ele era bonito. Cabelos escuros, dentes branquíssimos quando se deixava sorrir, e aqueles olhos castanhos que pareciam, sei lá, ela pensou... Guardar o mundo?
- Digamos que estejas certo... Que conselho me darias, então? - Decidiu entrar na brincadeira. Dividindo a casa com mais três pessoas, desacostumar-se a conversar seria algo até bem-vindo... Riu sozinha.

- Ora, o que eu fiz. - Ela esperou, curiosa. - Escreves um livro. Poderás contar até teus sonhos mais loucos, que não serás julgada por ninguém. Quando isso já não for o bastante, começarás a pôr no papel tudo aquilo que sempre quis, mas nunca achou que conseguiria. E quando se cansar, tirarás, enfim, essa expressão confusa do rosto.

O que diabos? Ele agia como se escondesse um segredo lá no fundo; o que seria? Um amor não-correspondido não, muito clichê.

- Tudo bem... Como se chama?
- Paulo.
- Paulo? O nome do meu pai.
- Ele deve ser um cara legal.
- E é.
Sorriram um para o outro. Paulo, misterioso. Andréa, encantada.
- Vais levar, então?
- Ah. A escrivaninha. Vou levar. Gostei muito.
- Lembra de mim sentada com ela na madrugada, e o cheiro de madeira velha. - Ele pediu.
- Certo, claro. Não daria para esquecer - pensou alto outra vez.

Ele riu. Ela ficou vermelha. Maldita mania de falar os pensamentos em voz alta.
- Eu divido o apartamento com mais três, é gente falando comigo toda hora, se você soubesse... Até pedir para fazerem silêncio, eu peço. É muita gente falando.
- Imagino.
- Sério.
- Tudo bem.
Parou por outro segundo. Por que se sentia uma criança mal-comportada perto dele? Não era justo. E como se não conseguisse parar de falar, ou apenas não quisesse, continuou:

- Porque não é verdade o que você disse. Mas eu achei curioso, então pedi um conselho, e você me falou para escrever um livro, e até achei engraçado, porque de fato eu escrevo, sabe, e não como um hobbie, na verdade estou esperando a resposta de uma editora no momento, que nunca chega, mas tudo bem, sou paciente, e enquanto isso tenho pessoas para conversar, sim, me distraio até, enquanto espero.

- Eu quis dizer que te falta alguém pra ligar às 3 da manhã sem se sentir constrangida.

Hein? Fazia calor lá dentro, embora as janelas estivessem todas abertas e fosse julho. Mas, afinal, era o Brasil, país de uma estação só, sol-e-praia.

- Um amigo de infância, sabe? Que escuta o que tu pensas antes mesmo de tu falar; vi que te faltava isso. Mas sempre falta algo, é o que te empurra pra vida, entendes? Nada pode ser completo, senão a pessoa enlouquece, não consegue continuar, porque não existe mais sentido. Eu tenho cá pra mim que ser humano não vive sem problema: tem que ter algum, se não, inventa. É uma maneira de achar que estás evoluindo, sabe? Porque, querendo ou não, um dia você resolve esse problema e ele fica pra trás; tem gente que inventa três ou quatro problemas de uma só vez, aí demora mais pra resolver.

- E se ninguém inventasse, aí a vida não teria sentido?

- Exatamente.

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domingo, 14 de novembro de 2010

Fragmentou-se

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Gosto do gosto de gostar de alguém. Talvez, assim, só um pouquinho, só um pouquinho eu precise de alguém, de um carinho, de um sorriso de aprovação, de uma companhia naqueles dias, pra compartilhar, mas eu não quero, eu não quero, eu não quero não quero não.

E agora, o que faço? Se decida, querida, o que você procura? Mas eu não sei responder, ou melhor, sei, sei sei sei sim, sozinha, quero alguém, não, não quero, vida, jovem, louca, não, não foi isso que eu quis dizer, quis?
Agora você me confundiu, essa coisa que é o amor, ele me confundiu, me enganou, disse que era, depois sumiu, desapareceu, não está mais, procuro?, não sei, ainda não resolvi, mas eu vou eu vou eu vou. Pr'onde? Essa é a questão, pra onde cê vai? Melhor: não vais? Ah, eu sempre soube, você nunca se decide, não sabe se passa ou fica, calma que eu não gosto de ser pressionada, mas querida o tempo passa, corre, voa, suba, suba, suba alto, mas não se esqueça de ficar lá.
Não desejas passar por isso depois, ou sim?

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Pedaço de mim?

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É estranho como de vez em quando dá uma pontada, a cabeça gira, e o pulmão fica sem ar. Não é amor, nem saudade. São apenas... Lembranças.

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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ama, não ama, se ama

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Não dá, ela disse.

É sempre assim:
Quando acho que gosto
Vem uma onda
Um choque
Ou um não que acaba com tudo.
Por quê?
Melhor era não conhecer, não saber
Não existir.
Frustração é a palavra
E escuro o gosto.

Só não me fale demais sobre você, posso me decepcionar.


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sábado, 6 de novembro de 2010

Um cantinho, um violão

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E a vida continua, sempre... Tá tudo tão lindo, é primavera e eu não quero que o ano acabe. É bom ter alguma tristeza guardada dentro, sim, é preciso... Mas, agora, deixa eu ser feliz só um pouquinho?


Põe um pouco de amor na sua vida, como no seu samba. :)

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Como se fosse o último

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Você disse que ia mudar, e eu acreditei

No começo, fiquei com o pé atrás
Mas você jurou, e esperneou, e chorou... Mentiu?
Passou-se uma primavera, mais evidências chegaram
Me iludi, acreditei de novo
Fui ingênua.
Agora, muito tempo se passou
Não nos arrependemos (você também disse que não, lembra?)
E você fez de novo.
Você não aprendeu nada!
Me pergunto: quantas vezes vais precisar errar?
E de novo, e de novo, e de novo...
Se tenho raiva?
Não, te amei demais para isso.
Se sinto pena?
Sim, sim:
Ainda te quero bem.

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Qualquer coisa

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Senão, é como amar uma mulher só linda.

E daí?

Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza.
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade...

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Soneto Do Que Se Foi

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Você não sabe de nada

Você só usa as pessoas
E depois enjoa, e joga fora
Você não merece a atenção de ninguém
Todo dia, faz mais alguma coisa
Você está contaminado pelo seu próprio veneno
Já não cansou de jogar jogos?
A brincadeira acabou
E você me perdeu.
Agora não sabe o que fazer
Mas finge, porque é só o que consegue
Pare de mentir para si próprio
Então você conseguirá se livrar
De toda essa doença
Que carrega dentro.

23/09/10

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domingo, 24 de outubro de 2010

Até que alguém me esqueça

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Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite
Eu me dano.
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo

Me atordoa
Atordoado
Eu permaneço atento
Na arquibancada
Pra a qualquer momento
Ver emergir
O monstro da lagoa...

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sábado, 23 de outubro de 2010

Brilha tranquila

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Mais feliz
Mais feliz
Mais feliz
Mais feliz
Mais feliz
Mais feliz

MAIS FELIZ

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A ser encontrada

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Não sou uma alma vazia, tampouco especial. Não, sou uma alma que ainda segue o seu caminho. Melhor do que os que só existem: esses são os mortos-vivos. Ando com uma visão turva, procuro rumo. Quero, ou não?


Às vezes, parece que tudo vai dar errado. Não me encaixo, não sirvo, não nada. Não nada? Não, sempre. O problema sou eu, ou são eles? Impossível entender.
Mudei o meu jeito de enxergar o mundo - não sou a mesma pessoa de um mês atrás, duas semanas, uma. São tantas questões, dúvidas, anseios, desejos, e tudo isso me torna mais viva, mais sensível. Mais... Aberta ao mundo.

Estou totalmente desamparada.

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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Assim, como se foi

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Não sei o que é essa coisa que de repente senti dentro de mim; quase como se estivesse viva pela primeira vez.

Há tempos que não parava e pensava, eu estou aqui. Agora tenho plena consciência de que existo: deixei de ser a personagem secundária na minha vida para ocupar o meu posto real.
Gosto de pensar que isso é só o começo das muitas coisas que virão. O que não gosto, mesmo, é de ter que esperá-las surgirem.
Quanto tempo vai demorar até tudo vir? Devo correr, procurar, ou apenas esperar, pacientemente, elas chegarem?
Não sou de me conter. Nunca gostei de surpresas. Chego, e vou embora.

Cada segundo a passar é um segundo perdido. Anda rápido, que o relógio da vida não pára, não.

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Vazio:

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"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu."


Embora eu esteja me sentindo bem, contente com a minha vida atual, não deixo de sentir essa angústia, que às vezes explode dentro de mim.
Acho que é uma frustração por ver todas essas "almas vazias" por aí. É também uma sede de viver, uma pressa que não tem fim.

16 anos e ajo como se fosse morrer amanhã.

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

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I feel lost, then I feel happy, but again I feel miserable. I just don't know what to do with myself...

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Pra quê?

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Pra que chorar? Se o sol já vai raiar, se o dia vai amanhecer...
Pra que sofrer? Se a lua vai nascer, é só o sol se pôr...

Pra que chorar se existe amor?

A questão é só de dar, a questão é só de dor.

Quem não chorou? Quem não se lastimou? Não pode nunca mais dizer...

"Pra que chorar? Pra que sofrer?
Se há sempre um novo amor e cada novo amanhecer"

Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer?
E se não tivesse o chorar?
Melhor era tudo se acabar
Melhor era tudo se acabar.

Eu amei, amei demais...
Porque eu sofri por causa de amor
E quem sofreu
Eu chorei
Perdi a paz
Mas o que eu sei é que ninguém nunca teve mais paz,

Mais paz do que eu.

"Pra que chorar? Pra que sofrer?
Se há sempre um novo amor e cada novo amanhecer"

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Vivia?

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Escondia-se. Camuflava-se. Desaparecia.

Chorava. No escuro, chorava até acabar-se em lágrimas.
Cantava, quando não havia ninguém.
Falava, para não ouvirem.
Ria, mas só quando estava feliz.
Escrevia, com tinta invisível.
Gritava, gritava, gritava alto. Silenciosamente, ele gritava.
Ah, sonhava.

Em segredo, SIM.


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