Eu sou tão boba
Que provoco minha própria solidão
Não sabia poder ser tamanha destrutiva
Nos tempos de então
Meu coração tá batendo bem forte
Pelo menos sinto estar viva
É uma pena que isso não mude
Uma tristeza tão definitiva.
Foi boa a tarde com você
Tensa
Cheia de dúvidas
Me arrisquei de tal forma
Que nunca antes fora vista
Aqui deitada nessa rede
A dor no estômago é contínua
A lua me pisca de cima
Oh, que dúvida.
Pensar que provoquei tudo isto
Causei tudo isto
Piora tanto
E mais, e mais
As únicas coisas que agora me acompanham
São papel
Caneta
Eu,
Isabel.
06/10/12
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Madrugada longa, tarde curta
Sara
Sara foi embora
Sara foi pra casa
Ainda que esteja lá fora
Sara não sabe de nada
Sara está cansada
Sara fala pouco
Sara se arriscou
Sara não ganhou
Será que Sara sai
Sara não se decidiu
Só Sara sabe
Ela é infantil
Sara está contente
Sara quer ver tudo
Sara não conseguiu
Sara explodiu
Então foi descansar
"Sara não sabe amar"
Olhou pra baixo:
Sara vai matar.
Sara comeu morangos
Sara se divertiu
Sara pensou muito
E se decidiu
Sara foi pra longe
Sara disse tchau
E às treze
Já não era mais a tal
Sara se foi
Sara morreu
Lá ela construiu um barquinho
Para navegar ao léu.
E se Sara fosse outra?
Se Sara fosse Isabel
Ainda assim seria Sara
E se perguntaria:
Será que Sara sairia de si?
6/10/12
domingo, 19 de agosto de 2012
Esperando a Lua Subir
Era uma vez uma menina chamada Lisa. Talvez ela estivesse apaixonada, ela nem sabia. Sua história era um pouco complicada e romântica demais. Platônica demais. Aliás, era essa uma de suas características. Lisa possuía uma enorme lista de amores platônicos - não que se apaixonasse tão fácil como parecia, apenas idealizava pessoas que acreditava serem capazes de assumir tal personalidade perfeita.
Não era hobbie, nem mania: era só como ela era. Uma pessoa apaixonada por pessoas. Afinal, era aquilo mais procurava. Acreditava só poder ser feliz assim, com um amor presente. Apesar disso, era paciente. Podia passar anos esperando o momento certo. O momento em que encontraria aquele amor e ele se concretizaria. Entretanto, não era isso que a vida lhe oferecia. Era engraçado, mas depois que Lisa o conhecia, era como se ele se transformasse numa flor bonita, porque era real e estava ali, mas ao mesmo tempo murchava a cada dia. Uma libélula com vida útil de 24 horas.
Os problemas apareciam. Agora real, o amor perdera sua magia e se transformara num amor comum. Talvez nem fosse mais amor. Lisa se pegava constantemente pensando que era mais feliz com o não concretizado. Apesar disso, nunca deixava de tentar, e sempre acreditava que, dessa vez, iria florescer. Não posso mentir que nunca havia pensado em desistir, em ser feliz de outra maneira, se dedicar ao trabalho, aperfeiçoar hobbies, descobrir talentos. Inesperdamente, porém, se via novamente naquela já conhecida situação de onde surgem todas as expectativas.
Era, aliás, como se encontrava no presente momento. Envolta na fantasia novamente. O rapaz era um outro comum, porém, aos olhos dela, especial. Haviam se conhecido num aeroporto, um dos lugares mais triste de todo o mundo, porque as pessoas chegam e partem. Locais de passagens. Sempre ficava deprimida ao pensar nesses lugares. Na solidão. Deveria saber desde o começo, com tal presságio, que aquilo nunca se tornaria algo bom. Mais um caso de envolvimento frustrado.
Acordara. Não só figurativamente. Acordada e fora caminhar, esperando a lua subir. Fazia um belo dia. Lisa olhou para o horizonte. O ar tinha aquele cheiro engraçado da manhã do primeiro dia de aula. De repente, estava sozinha e estava feliz. Passou a mão pelos cabelos e correu. Correu até chegar na praia. Desceu pelas escadas depois da ciclovia. Tirou os sapatos e continuou a correr, até chegar no começo do mar. Os olhos lacrimejavam por conta do vento. A primeira onda que alcançara seus pés fora como um choque, estava gelado como o momento deveria ser.
"Vou tomar leite", pensou. Todo o resto sumiu enquanto afundava em si, a garota dos morangos - não mais estragados, eram novos e frescos. Como os momentos seguintes deveriam ser...
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Sem Título (ou Medo)
Falta um pouco de amor em você.
24/02/12
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
menina da bolha
espera
Avesso do avesso do avesso, do avesso.
"A vida é bela, quem viver verá."
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Mundo escondido
Quero ser escritora. Sentar por aí e colocar no papel meus sentimentos do mundo. As palavras podem ser mais fortes do que quaisquer outras coisas em certas ocasiões. Elas não desaparecem depois de lidas ou ouvidas, permanecem e cavam um buraco dentro da gente. Às vezes, plantam uma sementinha lá dentro e deixam crescer flores. Mas podem deixar crescer também somente escuridão. Então é quando são mais difíceis de serem apagadas ou esquecidas. Para ser bem honesta, palavras sempre ficam.