sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Madrugada longa, tarde curta

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Eu sou tão boba
Que provoco minha própria solidão
Não sabia poder ser tamanha destrutiva
Nos tempos de então

Meu coração tá batendo bem forte
Pelo menos sinto estar viva
É uma pena que isso não mude
Uma tristeza tão definitiva.

Foi boa a tarde com você
Tensa
Cheia de dúvidas
Me arrisquei de tal forma
Que nunca antes fora vista

Aqui deitada nessa rede
A dor no estômago é contínua
A lua me pisca de cima
Oh, que dúvida.

Pensar que provoquei tudo isto
Causei tudo isto
Piora tanto
E mais, e mais

As únicas coisas que agora me acompanham
São papel
Caneta
Eu,
Isabel.

06/10/12

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Sara

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Sara foi embora
Sara foi pra casa
Ainda que esteja lá fora
Sara não sabe de nada

Sara está cansada
Sara fala pouco
Sara se arriscou
Sara não ganhou

Será que Sara sai
Sara não se decidiu
Só Sara sabe
Ela é infantil

Sara está contente
Sara quer ver tudo
Sara não conseguiu
Sara explodiu

Então foi descansar
"Sara não sabe amar"
Olhou pra baixo:
Sara vai matar.

Sara comeu morangos
Sara se divertiu
Sara pensou muito
E se decidiu

Sara foi pra longe
Sara disse tchau
E às treze
Já não era mais a tal

Sara se foi
Sara morreu
Lá ela construiu um barquinho
Para navegar ao léu.

E se Sara fosse outra?
Se Sara fosse Isabel
Ainda assim seria Sara
E se perguntaria:
Será que Sara sairia de si?

6/10/12

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domingo, 19 de agosto de 2012

Esperando a Lua Subir

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Era uma vez uma menina chamada Lisa. Talvez ela estivesse apaixonada, ela nem sabia. Sua história era um pouco complicada e romântica demais. Platônica demais. Aliás, era essa uma de suas características. Lisa possuía uma enorme lista de amores platônicos - não que se apaixonasse tão fácil como parecia, apenas idealizava pessoas que acreditava serem capazes de assumir tal personalidade perfeita.

Não era hobbie, nem mania: era só como ela era. Uma pessoa apaixonada por pessoas. Afinal, era aquilo mais procurava. Acreditava só poder ser feliz assim, com um amor presente. Apesar disso, era paciente. Podia passar anos esperando o momento certo. O momento em que encontraria aquele amor e ele se concretizaria. Entretanto, não era isso que a vida lhe oferecia. Era engraçado, mas depois que Lisa o conhecia, era como se ele se transformasse numa flor bonita, porque era real e estava ali, mas ao mesmo tempo murchava a cada dia. Uma libélula com vida útil de 24 horas.

Os problemas apareciam. Agora real, o amor perdera sua magia e se transformara num amor comum. Talvez nem fosse mais amor. Lisa se pegava constantemente pensando que era mais feliz com o não concretizado. Apesar disso, nunca deixava de tentar, e sempre acreditava que, dessa vez, iria florescer. Não posso mentir que nunca havia pensado em desistir, em ser feliz de outra maneira, se dedicar ao trabalho, aperfeiçoar hobbies, descobrir talentos. Inesperdamente, porém, se via novamente naquela já conhecida situação de onde surgem todas as expectativas.

Era, aliás, como se encontrava no presente momento. Envolta na fantasia novamente. O rapaz era um outro comum, porém, aos olhos dela, especial. Haviam se conhecido num aeroporto, um dos lugares mais triste de todo o mundo, porque as pessoas chegam e partem. Locais de passagens. Sempre ficava deprimida ao pensar nesses lugares. Na solidão. Deveria saber desde o começo, com tal presságio, que aquilo nunca se tornaria algo bom. Mais um caso de envolvimento frustrado.

Acordara. Não só figurativamente. Acordada e fora caminhar, esperando a lua subir. Fazia um belo dia. Lisa olhou para o horizonte. O ar tinha aquele cheiro engraçado da manhã do primeiro dia de aula. De repente, estava sozinha e estava feliz. Passou a mão pelos cabelos e correu. Correu até chegar na praia. Desceu pelas escadas depois da ciclovia. Tirou os sapatos e continuou a correr, até chegar no começo do mar. Os olhos lacrimejavam por conta do vento. A primeira onda que alcançara seus pés fora como um choque, estava gelado como o momento deveria ser.

"Vou tomar leite", pensou. Todo o resto sumiu enquanto afundava em si, a garota dos morangos - não mais estragados, eram novos e frescos. Como os momentos seguintes deveriam ser...

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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Sem Título (ou Medo)

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Falta um pouco de amor em você.

Estou esperando chegar
Até seu coração estar completo.
Quando isso acontecer
O meu também estará.
Com isso não estou querendo dizer
Que eu dependo de você.
É só que nós dois juntos
Combinamos mais quando estamos
Iguais.

24/02/12

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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

menina da bolha

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espera

espera
espera.

até quando eu vou ficar
nesse guarda-chuva,
sozinha,
enquanto é primavera?

pois como achar
o que você não sabe
onde está,
o que é,
nem quem será?

por agora, tudo escuro aqui fora.
dentro, entretanto
ainda há a fantasia
o mundo paralelo
e a poesia.

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Avesso do avesso do avesso, do avesso.

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"A vida é bela, quem viver verá."


Há certas horas em que tudo parece estar fora do lugar... As coisas que você sempre quis conquistar acabam sendo o seu maior pesadelo. É quase como se quando você conseguisse aquilo, percebesse que, na verdade, você estava fazendo uma projeção dentro da sua cabeça muito diferente do que as coisas são na realidade. E, quando finalmente você está no lugar em que desejou por tanto tempo, aquilo meio que parece... Assustador.

Apesar de tudo, não há sentido algum em viver sem sonhos. O único vilão é o ser humano, seu cérebro, a imaginação e a fantasia. A mente de alguns cria sem hesitar...

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Mundo escondido

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Quero ser escritora. Sentar por aí e colocar no papel meus sentimentos do mundo. As palavras podem ser mais fortes do que quaisquer outras coisas em certas ocasiões. Elas não desaparecem depois de lidas ou ouvidas, permanecem e cavam um buraco dentro da gente. Às vezes, plantam uma sementinha lá dentro e deixam crescer flores. Mas podem deixar crescer também somente escuridão. Então é quando são mais difíceis de serem apagadas ou esquecidas. Para ser bem honesta, palavras sempre ficam.

Tentar ou querer escrever pode ser perigoso. As letras são traiçoeiras. É preciso procurar bem antes de abrir-se numa folha em branco.
É por esse motivo que dizem que pensamos demais, e nos acusam disto. Que culpa podemos ter se somos, por vezes, seletivos e racionais? A verdade é que não somos, mas podemos viver de aparências muito bem. É quase como um segredo; nos abrimos, mas só em folhas de papel. Dependemos disto.
As palavras enganam, mentem e desmentem para depois dizerem novamente. A busca pelo lugar perfeito, momento ideal, pessoa certa... Na realidade elas não existem. Românticos como somos, continuamos a procurar e procurar, até chegar no vazio, no espaço em branco, no qual não dá mais para continuar ou ir em frente, somente regredir ou virar à esquerda e direita que significa mudar de plano e direção. Mudar quem somos, porque alguém nos falou um dia que aquilo no que acreditamos não existe. E por que estou falando no plural? A outra verdade ainda não dita é que estou sozinha, e não estamos.
Ainda não decidi se vou para a direita ou para a esquerda, somente sei que regredir não é a solução. Poderia continuar tentando seguir em frente nessa fantasia na qual insisto em viver, mas, dizem por aí, uma hora cansa e já não é mais possível. E é quando essa hora chega que a gente evolui, amadurece.
Eu discordo. Essas coisas só são possíveis quando a gente quebra a cara. Ou o coração, o que é pior. Eu já disse que as palavras enganam, e é verdade. Enganam até umas às outras, o que ainda pode ser pior, porque a gente fora deste mundo não entende nada.
Aí elas envelhecem, são usadas para tudo o que é de porcaria, conversas formais, informais na fila do banco, declarações de amor nunca ditas, brigas e separações, cartas enviadas que nunca chegarão aos seus destinatários... Tudo mesmo. Quando envelhecem, ficam mais rabugentas, precisa-se de uma força enorme para fazê-las sair e pular do barco. Outras mais preguiçosas continuam navegando por aí, à procura, mais uma vez, porque sempre estão à procura de algo ou alguém que as faça saltar também.
E isso é vida. Mas continua sendo segredo para aqueles que nunca vão acreditar que não escolher esquerda, direita ou qualquer que seja o caminho mais fácil para desacreditar naquilo que ainda não conseguiram alcançar é o que realmente continua empurrando-os para frente.

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